A transposição do rio São Francisco é um projeto do governo federal para deslocar parte das águas do rio São Francisco para regiões do semiárido nordestino. O projeto é antigo, foi concebido em 1985 pelo extinto DNOS –
Departamento Nacional de Obras e Saneamento, sendo, em 1999, transferido
para o Ministério da Integração Nacional e acompanhado por vários
ministérios desde então, assim como, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio São Francisco.
O projeto é um
tema bastante polêmico, pois engloba a suposta tentativa de solucionar
um problema que há muito afeta as populações do semiárido brasileiro, a
seca; e, ao mesmo tempo, trata-se de um projeto delicado do ponto de vista ambiental, pois irá afetar um dos rios
mais importantes do Brasil,
tanto pela sua extensão e importância na manutenção da biodiversidade,
quanto pela sua utilização em transportes e abastecimento.
O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra no estado de Minas Gerais passando por
cinco estados brasileiros, por cerca de 2,7 mil km de extensão até desaguar no Oceano Atlântico na divisa entre Sergipe e Alagoas.
O projeto de transposição do São Francisco tem como objetivo
sanar a deficiência hídrica na região do Semiárido através da
transferência de água do rio para abastecimento de açudes e rios menores
na região nordeste, diminuindo a seca no período de estiagem. O projeto prevê a retirada de 26,4m³/s de água (1,4% da vazão da
barragem de Sobradinho) que será destinada ao consumo da população
urbana de 390 municípios.
As obras da transposição do rio São Francisco emprega quase 10 mil pessoas para sua execução, além de ajudar a movimentar a economia local ao redor das obras.
Por outro lado, a corrente contra as obras de transposição do Rio São
Francisco afirma que a obra é nada mais que uma “transamazônica
hídrica”, e que além de demasiado cara a transposição do rio não será capaz de suprir a necessidade da população da região uma vez que o
problema não seria o déficit hídrico que não existe, o problema seria a
má administração dos recursos existentes uma vez que a maior parte da
água é destinada a irrigação e que diversas obras, que poderiam suprir a
necessidade de distribuição da água pela região, estão há anos sem conclusão.
Para se ter uma idéia, a região nordeste tem 70 mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de m³ de água.
Portanto, o problema da seca poderia ser resolvido apenas com a
conclusão das mais de 23 obras de distribuição que estão paradas nos
municípios contemplados pela obra de transposição a um custo muito mais
barato e viável do que a transposição do maior rio inteiramente
nacional.
Além disso a obra sofre acusações de corrupção e superfaturamento. A previsão inicial da obra era de 4,7 bilhões de reais, só que até agora já foram usados 8,2 bilhões de reais e ainda não foi entregue.
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