A atividade econômica do Brasil registrou em 2015 a maior recessão em 25 anos, apontaram dados do Banco Central, após aprofundar a contração no quarto trimestre em meio a
incertezas políticas e fiscais que se arrastam para 2016.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de
sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), recuou
4,11 por cento em 2015, após a queda de 0,09 por cento em 2014.
Se confirmado pelo IBGE, será o pior resultado para o PIB brasileiro desde 1990, quando houve retração de 4,35 por cento.
Só no quarto trimestre de 2015, o indicador teve queda de 1,87 por cento
sobre os três meses anteriores, segundo dados dessazonalizados, contra
recuo de 1,64 por cento no terceiro trimestre. Em dezembro, o tombo foi de 0,52 por cento sobre novembro, marcando o
10º mês seguido de atividade no vermelho mas melhor do que a expectativa
em pesquisa da Reuters de recuo de 0,63 por cento.
O IBGE divulgará os dados sobre o PIB do quarto trimestre de 2015 e do
ano passado como um todo no dia 3 de março. A expectativa de economistas
na pesquisa Focus do Banco Central é de contração em 2015 de 3,8 por cento.
A forte recessão do ano passado foi agravada por confiança muito fraca
tanto de empresários quanto de consumidores e por juros e inflação
elevados. A produção industrial brasileira teve seu pior desempenho histórico em
2015, com recuo de 8,3 por cento, enquanto o volume do setor de serviços
registrou o primeiro resultado anual negativo após três anos de altas.
Já o setor varejista foi se deteriorando mês a mês diante da inflação em
dois dígitos, restrição de crédito e desemprego elevado. Analistas não veem recuperação em breve, e a perspectiva no Focus para
este ano é de contração de 3,33 por cento, com as projeções para 2017 de uma expansão de apenas 0,59 por
cento.
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